Satélites de Elon Musk “invadem” imagens do espaço e preocupam astrônomos

Rede com 540 satélites circulando a Terra tem atrapalhado cada vez mais a observação do espaço e a pesquisa de astrônomos

A rede de satélites Starlink construída pela SpaceX, do bilionário da tecnologia Elon Musk, tem provocado interferências cada vez maiores na observação espacial por parte dos astrônomos na Terra. Nesta semana, uma publicação do fotógrafo espanhol Daniel López, especializado em fazer imagens do espaço, chamou a atenção para o problema. Enquanto o fotógrafo fazia captura de imagens do cometa Neowise, que está passando próximo à Terra, as suas fotos foram “invadidas” pelos traços dos satélites Starlink.

López publicou as imagens no Instagram em time-lapse e é possível ver claramente os satélites da SpaceX cruzando o horizonte justamente no momento em que as fotografias foram tiradas. Das 34 fotos feitas por ele, 25 tinham algum traço dos satélites.

A SpaceX começou a lançar seus microssatélites em 2018 e o objetivo é ter uma constelação de pelo menos 12.000 aparelhos circulando a Terra. Musk quer usar os equipamentos para fornecer um serviço de acesso à internet via satélite, que possa atender inclusive pontos remotos do planeta. O custo do projeto é estimado em 10 bilhões de dólares.

Cada satélite pesa cerca de 260 quilos, o que é considerado relativamente pequeno para os padrões espaciais (o famoso telescópio espacial Hubble, por exemplo, pesa cerca de 11 toneladas). Entretanto, a grande quantidade de satélites lançados em escala tem preocupado os astrônomos. De acordo com uma reportagem do jornal espanhol El País, um documento da Sociedade Espanhola de Astronomia chamou a atenção para o problema e chamou a rede de satélites de Musk de “uma ameaça à observação astronômica”.

O problema é que os satélites são compostos de um material que reflete a luz solar quando cruzam os céus, o que pode interferir com as observações dos astrônomos e com as imagens feitas por fotógrafos especializados. Mas há uma preocupação também com os sinais emitidos pelos satélites, que podem acabar interferindo com os sensores que fazem a observação de galáxias e planetas mais distantes.

Até agora, a SpaceX já recebeu a aprovação para lançar 12.000 satélites, mas o número pode chegar a 40.000 no futuro. Outras empresas de exploração espacial, como a Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, também pretendem lançar constelações de satélites parecidas, o que pode fazer o problema se agravar mais.

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